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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Revista nacional de Educação Física destaca capoeira do Ceir

A edição de número 44º da Revista E.F, lançada trimestralmente através do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), destaca a capoeira do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) na matéria ‘Reabilitação através do gingado’.



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Reabilitação através do gingado
Profissional do Piauí utiliza a capoeira como instrumento de reabilitação motora para pessoas com deficiência.


O som dos primeiros acordes do berimbau é o sinal para que 20 crianças, jovens e adultos, todos com algum tipo de deficiência física, comecem a gingar passos da capoeira no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em Teresina. É a roda de capoeira do setor de Reabilitação Desportiva, comandada pelo Profissional de Educação Física Childerico Robson (CREF 000476-G/PI).

Quando iniciou suas atividades, em 2008, a roda de capoeira contava com apenas três pacientes. “Não pedíamos nenhum tipo de movimento específico de capoeira. Eu só acreditava que precisava tomar uma atitude diferenciada em relação às expectativas dos pacientes. O que aconteceu foi a busca pela parte lúdica que a capoeira pode apresentar, nada de chutes característicos, ou movimentos mais bruscos. Eram as brincadeiras que apresentariam, nas entrelinhas, os movimentos e a possibilidade de diversão e bem-estar do nosso paciente, sem esquecer o objetivo principal: o aprendizado da capoeira”, relembra Childerico.

Logo a novidade se espalhou e os outros terapeutas do Centro passaram a encaminhar seus pacientes para a roda de capoeira, determinando o sucesso da iniciativa. “Em uma aula temos mais de 30 praticantes, se levarmos em consideração os pais e acompanhantes e, também, os pacientes que sobem para matar a curiosidade e terminam praticando”, conta.

De acordo com Childerico, a capoeira vem trazendo inúmeros benefícios aos seus praticantes no Ceir, como o estímulo à socialização, ganho de autoestima e independência, agilidade, força muscular e coordenação motora. “Isso pode ser facilmente observado nos primeiros momentos de terapia, já que, logo em seguida, o paciente entende que existe um mundo de possibilidades a serem trabalhadas (música, palma, criatividade, ritmo, dentre outras)”, enumera. Como o beneficiário do Ceir também frequenta outras terapias dentro do instituto, as melhoras trazidas pela capoeira se refletem, também, nas outras vertentes de tratamento.

Entre os casos de sucesso, Childerico destaca a história de Raimundo Pessoa, vítima de um acidente de moto que lhe acarretou sequelas motoras, de fala e de visão. “Com o inicio do tratamento no Ceir, ele foi, paulatinamente, elencando conquistas e independência. Na capoeira, mostrou superação e determinação. Ele não perde nenhuma terapia e é um dos nossos pacientes mais empolgados”, relata.

Hoje, o grupo tem uma agenda com aproximadamente 30 apresentações por ano, já promoveu três batizados e trocas de corda, além de várias palestras e cursos sobre a modalidade. “O sonho que nós compartilhamos é fazer com que, de alguma forma, o nosso grupo possa participar das Paralimpíadas do Brasil, mostrando a capoeira como arte, expressão da cultura nacional e, também, uma forma de reabilitação e superação física”, revela o profissional.



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