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terça-feira, 16 de junho de 2015

Paciente com doença muscular usa esporte para ser mãe: "Combustível"

Na natação, Samara Lima se apaixona por atividade física para ganhar força nos membros e ninar herdeiro. Piauiense festeja evolução: “Com dificuldade, mas consigo”

Por  
Teresina


Esta não é uma história sobre atletas. Tampouco multicampeões dos gramados, quadras e afins. O roteiro da vida de Samara Lima é digno de enredo de filme. Daqueles de encher os olhos de lágrimas e o coração de esperança. Grávida de sete meses do primeiro filho, ela encontrou na atividade física o ponto de equilíbrio para guiar o momento mais delicado da maternidade. A hidroginástica virou trampolim para a mamãe superar uma doença neuromuscular progressiva que diminui a força dos músculos do seu corpo, adquirida quando ela ainda nem tinha vindo ao mundo. Os dribles diários dados na doença com ajuda da inspiração trazida do esporte ganhou um pano de fundo surpreendente: o chá de bebê promovido pelas colegas de terapia há poucos dias fez nascer um largo sorriso no rosto e a encheu de motivação para a chegada de Samuel. Link para o vídeo aqui.
- Essas terapias são como combustível para o meu corpo. Meu problema é degenerativo e só piora com o tempo. Não tem medicamento (que cure). As terapias melhoram o meu movimento e retardam a aceleração da doença. Graças a esse tratamento, eu consigo me movimentar. Com dificuldade, mas consigo. Faço tudo sozinha. Eu não esperava que as meninas fizessem o chá de bebê. Não tenho nem palavras. Nem sabia que eu ia chamar tanta atenção das pessoas aqui – confessa sorridente após o susto.
Samara CEIR (Foto: Renan Morais/GloboEsporte.com)Samara é surpreendida com chá de bebê após terapia (Foto: Renan Morais/GloboEsporte.com)
 
Paciente há meses do Centro Integrado de Reabilitação em Teresina, Samara se acostumou a viver rodeada de desafios – não apenas os impostos pelas educadoras físicas nas piscinas. Casada com um deficiente visual, a mamãe de primeira viagem ganha força muscular dia após dia por conta das atividades físicas. A amizade mais íntima com a cadeira de rodas – e que pôs o andador de canto por alguns dias – tem dado maior segurança com possíveis quedas em pleno sétimo mês de gestação.
- Meu marido é minhas pernas, e eu sou os olhos dele. No início, foi muito complicado aceitar a ideia de sermos pai e mãe, mas hoje o Samuel é bem amado. É claro que vamos encontrar dificuldades, mas estamos dispostos a enfrentar. Eu guio meu marido, ele me ajuda treinando bem para segurar o bebê. Desistir? Jamais! – enfatiza.
Samara CEIR (Foto: Renan Morais/GloboEsporte.com)Samara fez da cadeira de rodas e da piscina suas melhores amigas na gestação (Foto: Renan Morais/GloboEsporte.com)
 
As seções de exercícios passadas pela equipe médica foram diminuídas por conta da gravidez, sobretudo com cargas de atividades feitas sobre tatames e bicicletas. O uso do esporte para garantir a saúde do bebê é defendido pelos envolvidos diretamente no plano materno da família.
- Samara é uma paciente muito presente e faz hidroginástica duas vezes por semana. O exercício tem ajudado bastante ela porque tem fortalecido a musculatura dos membros superiores e inferiores. Sempre alerto: tu tem que ter força para segurar o teu bebê, e usamos cargas dosadas para isso. Ela faz exercícios de condicionamento físico, deslocamento e exercícios focados.  A gente não intensifica por causa do estado atual dela – explica a educadora física Slânia Bastos.

FONTE: globoesporte.globo.com/pi/noticia

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